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consideration
– Best instrumental Album –
– Best instrumental Album –
Em seus mais de 50 anos de carreira e aproximadamente 70 discos gravados, Egberto Gismonti continua inspirando e apontando os caminhos para diversas gerações de músicos pelo mundo. Sua maestria como compositor e intérprete o colocam em uma posição de destaque. Compositor de um acabamento melódico único, sua música não conhece fronteiras nas mãos de grandes músicos − dos Irmãos Assad, Quaternaglia, Yo-Yo Ma e Filarmônicas de Vilnius e de Tóquio a John McLaughlin, Paul Horn, Nana Vasconcelos, Airto Moreira, Jan Garbarek e Charlie Haden, a lista é enorme. Suas gravações e a relevância de seu legado para a música brasileira ainda merecem um estudo mais aprofundado. Douglas e eu temos o privilégio de contar com a amizade desse que é, sem dúvida, um dos mais importantes músicos brasileiros da segunda metade do século XX. Sua generosidade e atenção quando trabalhamos juntos, além de seus valiosos ensinamentos sobre música e a própria vida, tem exercido um impacto definitivo na carreira do duo.
No começo involuntário do Brasil Guitar Duo, a música de Egberto Gismonti sempre foi fonte de grande motivação, tanto artística quanto técnica. Quando Douglas e eu, respectivamente com 18 e 17 anos de idade, éramos alunos de violão do professor Henrique Pinto na época da faculdade e tocávamos juntos ainda como Duo João Luiz e Douglas Lora, não tínhamos a pretensão de nos tornarmos um duo profissional, mas já nos arriscávamos musicalmente com nossas próprias transcrições de composições de Gismonti como Frevo e Água & Vinho. Sim, a música de Egberto Gismonti sempre esteve presente em nosso repertório desde a formação do duo e continua sendo nosso “talismã da sorte” há pelo menos 25 anos.
Tomamos conhecimento da obra de Egberto pelos Irmãos Assad que até hoje nos deslumbram como os maiores intérpretes da música do mestre. Eles foram os responsáveis por abrirem as portas para os violonistas “clássicos” do mundo inteiro e colocarem diante de nós um verdadeiro patrimônio cultural brasileiro que nos remete para além do universo violonístico.
A trajetória do Brasil Guitar Duo diante das composições de Egberto Gismonti tem sido muita intensa e nossa afinidade com sua linguagem musical não surgiu de uma hora para outra. Muitos foram nossos encontros com o compositor ao longo dos anos, sempre explorando novas possibilidades de arranjos e de repertório, assim como a melhor maneira de traduzir sua obra pianística para os violões. A ênfase dada por Egberto na construção interpretativa de sua música através da fraseologia musical foi decisiva para nossa compreensão da complexidade rítmica e polifônica que são marcas fundamentais de seu estilo composicional.
Com Egberto aprendemos que o respeito e a dedicação total à música vêm em primeiro lugar, ensinamento que ele sempre fez questão de nos lembrar. Além de uma escuta muita aguçada e crítica, Egberto possui um grau de exigência superlativo, o que muitas vezes pode intimidar os desavisados. Sua música exige um grande compromisso por parte do intérprete. Douglas e eu possuímos uma enorme afinidade e, até mesmo, um apego pelas composições de Egberto, o que faz com que tocar suas composições tenha se tornado uma necessidade para o duo. Essa intensa conexão que sentimos com a obra de Gismonti também ocorre com o público em nossas apresentações. Foram inúmeros os concertos que, logo após executarmos peças como Don Quixote ou A Fala da Paixão, notávamos que o público se emocionava de tal forma que não podiam conter as lágrimas. Além disso, a composição 7 Anéis que acabou se tornando o carro-chefe do Brasil Guitar Duo, até os dias de hoje faz com que o público nos aplauda de pé!
Este álbum, inteiramente dedicado à música de Egberto Gismonti, é o resultado de 25 anos de imersão na obra do compositor − tempo que foi o necessário para nos sentirmos preparados tecnicamente, intelectualmente e artisticamente para enfrentarmos os desafios propostos pelo compositor e sua obra.
Com a exceção de Alegrinho No 2, única composição original para violão (ou para um violão piccolo), todas as obras deste álbum foram arranjadas a partir de suas versões originais para piano, adotando como referência as gravações e interpretações do próprio compositor e não as partituras das obras, o que torna este álbum único. Os arranjos foram feitos no decorrer de vários anos, mais precisamente entre o final da década de 1990 até o ano de 2011. Como arranjador deste projeto, meu processo de trabalho, na maioria das composições deste álbum, foi o de transcrever “de ouvido” diretamente de um álbum de estúdio ou de registros ao vivo do próprio Egberto, para depois transformar todo o material em partituras para duo de violões. É importante ressaltar que tudo, absolutamente todas as notas tocadas por Gismonti nos álbuns consultados, encontram-se escritas em meus arranjos preservando de forma fiel as intenções do compositor e intérprete.
A vantagem de poder contar com mais de 40 concertos gravados ao vivo de Egberto, de possuir todos os seus álbuns, além de algumas gravações particulares, e de ter o próprio compositor como mentor em cada um dos arranjos, conferem a este projeto de apresentar os clássicos do repertório gismontiano em versões para duo de violões um grau de autoridade inimaginável. De certa forma, podemos afirmar que pegamos “carona” com o legado deixado pelos Irmãos Assad e os arranjos magistrais de Sérgio Assad permanecem uma referência presente. A novidade deste projeto é que, além de termos uma tessitura mais ampla pelo uso do violão de 7 cordas de Douglas (o que nos proporcionou ousar mais nos arranjos e na escolha do repertório), nossa proposta estética busca o alinhamento com o lado mais polifônico e orquestral da escrita gismontiana e com sua complexidade polirrítmica, o que muitos arranjos para violão acabam evitando. A complexidade rítmica e a independência entre as mãos direita e esquerda do Gismonti pianista fica clara em nossas versões de Frevo, 7 Anéis, Forrobodó e Sonhos de Recife. O lado cancionista de Egberto Gismonti também está representado no álbum pela composição Don Quixote e pela maravilhosa Bodas de Prata & Quatro Cantos. O ouvinte poderá notar que os acordes finais de Bodas de Prata introduzem, sem interrupção, a faixa Sonhos de Recife, o que reflete a maneira muito recorrente de Gismonti interpretar suas composições que apresentam um certo grau de parentesco entre si e que decidimos reproduzir neste álbum.
Gravar este repertório foi uma grande conquista e a realização de um sonho para o Brasil Guitar Duo. Sonho que não seria possível sem o entusiasmo e o apoio incondicional de nosso querido amigo Egberto Gismonti a quem dedicamos este álbum.
João Luiz,
Brooklyn, NY – Fevereiro de 2022
Idealização: GuitarCoop
Gravado em: Fazenda Boa Vista
Data: Julho, 2018
Textos: João Luiz
Tradução: João Luiz
Arranjos: João Luiz
Produtor musical: Guilherme Oliveira
Edição: Ricardo Marui / Guilherme Oliveira
Engenheiro de áudio:: Ricardo Marui
Mixagem: Nobert Kraft
Masterização: Ricardo Marui
Design Gráfico e Web: Eduardo Sardinha
Fotos: Dario Acosta
Violão e cordas:
– João Luiz – Sérgio Abreu 2017 with Augustine Regal Blue strings
– Douglas Lora – Sérgio Abreu 2009 with Augustine Paragon
Microfones: DPA 2006, Royer SF 24, Neumann KM 184
Conversor Metric Halo LIO-8
Pré-amplificador: Millennia HV3-D
Agradecemos ao Egberto Gismonti, nossos familiares e amigos, Norbert Kraft, Marcelo Kayath e à toda equipe da GuitarCoop.
Idealização: GuitarCoop
Gravado em: Fazenda Boa Vista
Data: Julho, 2018
Textos: João Luiz
Tradução: João Luiz
Arranjos: João Luiz
Produtor musical: Guilherme Oliveira
Edição: Ricardo Marui / Guilherme Oliveira
Engenheiro de áudio:: Ricardo Marui
Mixagem: Nobert Kraft
Masterização: Ricardo Marui
Design Gráfico e Web: Eduardo Sardinha
Fotos: Dario Acosta
Violão e cordas:
– João Luiz – Sérgio Abreu 2017 with Augustine Regal Blue strings
– Douglas Lora – Sérgio Abreu 2009 with Augustine Paragon
Microfones: DPA 2006, Royer SF 24, Neumann KM 184
Conversor Metric Halo LIO-8
Pré-amplificador: Millennia HV3-D
Agradecemos ao Egberto Gismonti, nossos familiares e amigos, Norbert Kraft, Marcelo Kayath e à toda equipe da GuitarCoop.